domingo, janeiro 18, 2009

Belarmino (1964)



Quase nunca aqui me lembro de se falar de cinema português, como tal faço-o agora. Belarmino foi dos filmes que mais gostei feitos em Portugal( poderei dizer até que foi dos únicos), realizado numa época conturbada da nossa historia esta repleto de simbolismo. Vi-o mais ou menos na mesma altura que o Raging Bull, creio que há 7 ou 8 anos, nunca o revi, mas no entanto recordo cada momento do filme com uma nitidez espantosa, como diriam os antigos, “ outros tempos “, encarando assim esta película como um testemunho do nosso passado, que muitos hoje já esqueceram.

Wikipedia

Belarmino (1964) é um documentário português de longa-metragem realizado por Fernando Lopes, sobre um pugilista de nome Belarmino Fragoso.
É um dos primeiros filmes da geração do Novo Cinema português, inspirado pela Nouvelle Vague francesa mas sempre fiel ao neo-realismo, cujo pioneiro no cinema português foi Manuel Guimarães, na década anterior.
No caso de Belarmino, há marcas evidentes de Rocco e seus Irmãos (1960), de Visconti, no tema, no enquadramento social do problema, e de Chronique d'un été (1961) de Jean Rouch, na sua abordagem pelo documentário, pelo cinema directo com recurso à entrevista.
O filme estreou no cinema Aviz, em Lisboa, a 19 de Novembro de 1964

Sinopse

Belarmino é um antigo campeão de box, de humildes origens, que teve momentos de glória mas que o capital explorou. Nutre-se agora de memórias, sofre de nostalgia. Vive como um marginal, deambulando pela cidade de Lisboa. Para ganhar a vida é engraxador e pinta fotografias.

Enquadramento histórico

O início da década de sessenta é marcado pela agitação social (greves universitárias), por importantes movimentações da esquerda, clandestina, por um certo bulício cultural e editorial que a PIDE perseguia. Germinando nos meios universitários, fanáticos de certos filmes que viam nos seus cine-clubes, inúmeros intelectuais marcariam presença na vida do seu país até ao final da década. Mergulhado nesse contexto, Belarmino espelha com certa nitidez o modo de ver as coisas que uma geração sofrida mas rebelde se impunha.

4 comentários:

Guilherme Silva disse...

Parece-me bem manito, muito bem...

Francisco disse...

Também a mim... Tens o filme contigo?

Zenhas Mesquita disse...

Tenho sim. Quando os exames acabarem podemos fazer de novo uma secçao de directores, para o ver. Que tal ?

Francisco disse...

Acho muito bem... vamos lá combinar isso.