sábado, janeiro 17, 2009

Rescue Dawn ( Espirito Indomavel )




Foi com agrado que vi hoje chegar do Showtime( o clube de cinema ao fundo da minha rua) a mais recente obra de Werner Herzog. O realizador, pelo qual guardo grande estima, e na minha opinião talvez o melhor que a Alemanha viu nascer no pós guerra, autor de Aguirre The Wrath of God, obra brilhante sobre o conquistador espanhol, e uma viagem alucinante à mente humana, aos motivos, a ganância, crueldade e o culminar na demência. Da película referida, falarei a seu tempo, mas recordo-a pois de certa forma partilham a forma e o contexto, embora em épocas díspares. Daw Rescue passa-se no Vietname em 1966. Os EUA preparavam-se para bombardear o Laos numa operação confidencial. A verdadeira acção do filme começa quando o caça de Dieter é abatido. Este consegue sobreviver, mas encontra-se subitamente cercado por centenas de Km de selva Hostil, piorando a situação é capturado pelos Vietcongs que o aprisionam em conjunto com outros pow’s. A história ganha o seu valor a partir de então. Cada elemento tem a sua personalidade, e como tal tem a sua forma de reagir aos obstáculos interpostos. A força de vontade e esperança ganham neste contexto um impacto quase divino na mente do jovem tenente. A sua fuga ciente das adversidades é espantosa, o destino reservado a todos que daquele campo escaparam poderá reflectir-se na sua capacidade de acreditar na mudança, e na sua força de carácter. O Vietname, tema tão rebatido em inúmeros filmes, ganha aqui uma cor mais humana, como que um grito à consciência sobre o erro da intolerância. Sim podemos dizer que é um filme de guerra, que a crueldade e a selvajaria substituem a trama misteriosa de um actor sensual, e que aparentemente vemos apenas a fuga de alguém para junto dos seus. Seguramente que quem analisa assim uma obra de cinema, não mais ve por exemplo no “ três de Maio “ de Goya que um conjunto de homens a disparar sobre outros, bárbaros todos eles numa apologia de sangue e morte, falhando a suma beleza do quadro por tudo o que ele representa. Não participam aqui estrelas de Hollywood, mas podemos ver em acção dois actores formidáveis, Christian Bale e Steve Zahn. O filme relata factos verídicos.

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