quarta-feira, outubro 27, 2010

Crítica "The Last of the Mohicans"

Baseado num livro homónimo de James Fenimore, o filme de 1992, de Michael Mann é considerado um remake de um filme também ele homónimo realizado por Randolph Scott em 1936.
A história, tal como descrita no início do filme, passa-se em 1757, durante a guerra dos sete anos entre a Inglaterra e a França, que disputavam na altura o domínio das colónias norte-americanas, envolvendo entre os conflitos diversas das tribos nativas americanas. Nathaniel Hawkeye (Daniel Day Lewis), adoptado pela tribo dos moicanos, liderada por Chingachgook(Russell Means), apoiam os colonos ingleses em troca de protecção, enquanto do lado dos franceses combate a tribo dos Yurons, liderada por Magua (Wes Studi) e que faz jus à sua fama de verdadeiramente sanguinária. Entre as duas tribos salienta-se ainda o facto de os Moicanos adoptarem trajes tipicamente dos colonos, enquanto os Yurons mantém os trajes típicos dos nativos americanos.

Na sequência de uma emboscada feita às filhas do Coronel Britânico Munro (Maurice Roeves), onde se desenrola a primeira batalha do filme, os Moicanos têm um papel preponderante resgatando as duas filhas do Coronel, Cora Munro (Madeleine Stowe) e Alice Monro (Jodhi May), dando o ponto de partida do romance que acaba por servir de fundo ao filme, no qual intervém o irmão adoptivo de Nathaniel Uncas (Eric Schweig).

Baseado num romance, poderia a guerra servir apenas de plano de fundo para o desenvolvimento do que poderia ser considerada a história principal da narrativa, mas em O último dos Moicanos, o romance acaba por receber um papel secundário. Aliás, as cenas de violência são constantes ao longo do filme, aparecendo de forma explícita, retratando de forma bastante realista a forma como os índios lutavam entre si, usando por vezes instrumentos ainda tribais, ao mesmo tempo que vão manejando espingardas.

Também a banda sonora merece destaque, tendo aliás recebido um Óscar na categoria de Melhor Banda Sonora original em 1993, o que aliado ao poder das imagens e ao modo como algumas paisagens são captadas, tem nos últimos 15 de filme um papel chave, quanto a meu ver sendo o responsável por tornar este filme num dos mais conhecidos dentro de género.
Não pretendendo ser um relato histórico de uma das épocas mais importantes da história norte-americana, e que acabaria por dar o mote para as guerras da independência, o filme demonstra contudo a brutalidade de uma altura na história onde os indígenas são usados pelas duas colónias enquanto peões nas sucessivas guerras pelo poder, lutando as tribos umas contra as outras, o que terá directamente influenciado algumas das consequências que as tribos nativas sofreram.

Crítica por: Daniela Ramalho

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