terça-feira, dezembro 30, 2008
segunda-feira, dezembro 29, 2008
Paraiso da Nostalgia
É o que me ocorre dizer depois de vêr Cinema Paradiso (1988), de Giuseppe Tornatore. Não me apetece alongar muito. Até porque é difícil quando a sorrateira emoção ameaça constituir avalanche para os sentidos mais lúcidos.
quarta-feira, dezembro 24, 2008
Badfellas
Vi ontem pela primeira vez o aclamado Goodfellas (1990), do Scorsese. A melhor coisa do filme foi confirmar no meu interior a minha aversão por filmes sobre a mob. Porque, ao contrário de muita gente, não consigo tirar prazer e gozo da mob em si, enquanto organização. Algo me diz que matar com cinco balázios nos cornos alguém que até aquele dia era o meu irmão de sangue apenas porque ele estacionou mal o carro e levantou suspeitas, tem o seu quê de estranho. E de desagradável, porventura.
Pior, Goodfellas despertou-me muitos deja vus de padrinhos e outros que tais.
Por outro lado lado, se em padrinhos e outros que tais, o relato histórico contextual ainda nos é destacado, e transmitido de uma forma construtiva e interessante, em Goodfellas esse plano é, a meu ver, bastante subalternizado. Quanto ao enredo principal em volta do puto-inocente-depois-membro-da-família Ray Liotta, este é, na minha humilde opinião, tão pouco original que até dá vontade de juntar uns ingredientes para tornar a coisa mais atractiva.
Enfim, vale pelo elenco: Ray Liotta, De Niro (fica-lhe sempre bem o papel de gangster), Paul Sorvino e Joe Pesci (por esta ordem na fotografia).
ADITAMENTO:Depois de escrever e publicar este texto, dei uma vista de olhos pelo google, curioso por saber de outras opiniões sobre o filme. Desde "um dos melhores filmes dos anos 90" a "inspirador de todos os filmes noir póstumos", todos os honrosos qualificativos contradizem a minha apreciação. Eheh... bem, o que posso dizer? Que detesto mesmo a merda da máfia e os filmes sobre ela!
sexta-feira, dezembro 12, 2008
Baraka, por André Silva
“Baraka” é um incrivél tele-documentário experimental realizado pelo director norte-americano Ron Fricke. Na língua Sufi, a palavra “Baraka” significa Sopro de vida ou Bênção. Um autêntico poema visual onde as imagens incluem um vasto registo de rituais religiosos, maravilhas naturais, processos de mecanização e produção humana e diversos estilos de vida. O contraste e as metáforas visuais criadas por Ron Fricke provocam reflexão, tranquilidade e inquietação aos espectadores atentos. As músicas aliciantes e os efeitos sonoros contribuem para que Baraka seja uma experiência única e marcante. Baraka é um documentário sobre o homem e a natureza, a sua beleza e diversidade cultural, o contraste humano, as suas semelhanças e a sua própria destruição, enquanto ser incapaz de entender o frenético ritmo social a que a vida se desenrola. È facilmente apreendida a intima e frágil ligação entre todos os homens, resultado da multiplicidade de diferenças religiosas, culturas e linguísticas.
São noventa e seis minutos, sem narração, legenda ou discurso, somente imagens e sons cuidadosamente capturados. Baraka exibe-nos de que forma a raça humana e seus diferentes ciclos de vida estão eternamente vinculados ao ritmo da natureza, fazendo uma surpreendente análise do mundo e de quem nele habita.
Filmado em 152 lugares diferentes, localizados em 24 países, Argentina, Austrália, Brasil, Cambodja, China, Equador, Egipto, França, Hong-Kong, Índia, Indonésia, Irão, Israel, Itália, Japão, Kenya, Kuwait, Nepal, Polónia, Arábia Saudita, Tanzânia, Tailândia, Turquia, e Estados Unidos da América, “Baraka” não tem qualquer história ou enredo. Em vez disso utiliza, não só temas para nos apresentar novas perspectivas, mas também genuínas emoções que nos fazem entrar na mensagem do filme. Não aconselho a visualização deste filme a pessoas confiantes no seu ego, seguras pelo seu egoísmo étnico centralizado, nem com configurações pré-definidas de vida humana ou comportamentos sociais, já que nos é proporcionada uma verdadeira experiência sensitiva e espiritual que leva o telespectador a olhar o mundo de um modo totalmente diferente e de uma forma mais condescendente para com os outros. Baraka permitiu-me ver realidades que nem sonhava existirem, comportamentos sociais que por vezes surgem-nos como irreais, vislumbrar padrões de conectividade cultural, tudo isto num sentido de equilíbrio e proporção de relações internacionais humanas. O meu olhar fugia simplesmente de encontro a outros olhares e caras de pessoas, levando-me a entender a universalidade do espírito humano.
Guardo a triste lembrança de uma enorme lixeira pública na Índia, onde grupos de pessoas procuram incessantemente por qualquer tipo de coisa que lhes permita sobreviver mais um dia, competindo com outros animais. Mulheres e crianças descalças procuram pequenos “tesouros” naquele horrível lugar, onde nenhum ser humano deveria ser obrigado a viver.
Fricke afirma que o objectivo desta obra era ser "uma viagem de redescoberta da própria vida, mergulhando na natureza, na história, no espírito humano e por fim no reino do infinito." Único na sua beleza, sensibilidade e percepção, “Baraka” consegue, ao longo de noventa e seis minutos, e movendo-se na realidade quotidiana de um mundo multifacetado, transmitir-nos uma ideia de tolerância e respeito cultural a que todos deveríamos estar sujeitos.
Mais que uma obra puramente fantasiosa e imaginária, “Baraka” é um filme sobre a vida, um registo sobre a própria Humanidade.
autor: André Silva
quinta-feira, dezembro 11, 2008
Sugestões para um Natal mais quentinho...
Segue-se 'Payback', de Brian Helgeland, que para muitos pode parecer apenas mais um filme de acção com o actor/realizador/pastor, Mel Gibson. Mas não o é. Mais do que um banal filme de acção, 'Payback' conta com um cativante e bem conseguido enredo, capaz de nos prender ao ecran. Conta também com mais uma excelente interpretação de Mel Gibson, sempre igual a si mesmo.
terça-feira, dezembro 09, 2008
O cowboy (Joe) da meia-noite.
“Midnight Cowboy”. Ou, para quem preferir o título da versão portuguesa, “O cowboy da meia-noite”. O filme marca porque nos abre um vasto leque de perguntas. Se às mesmas sabemos ou não responder é outro problema. O autor destas linhas, que é o Tiago Ramalho, plasma em escrito que não sabe. E por isso está perturbado, ensimesmado, deprimido e, até, de certa maneira, suponho que mesmo o mais despistado dos leitores adivinha a palavra que se seguirá, triste.
Irei relembrar a história para aqueles que a já não recordam. Aos que ainda não viram o filme, salvo se tiverem uma firme aversão à surpresa, recomendo que primeiro o vejam e depois leiam.
Vejamos então, sucintamente: um jovem, de nome Joe, larga o seu pequeno mundo no Texas, onde era lavador de pratos, e parte para Nova Iorque. Projecto: acreditando na sua anacrónica imagem de cowboy, tem em mente viver como prostituto de senhoras que possam pagar os seus serviços, e tudo correrá pelo melhor. Já Ratso é um ladrão de vão de escada. Apesar de estatisticamente poder não ser um sem abrigo, é um pobre coitado que vive num prédio devoluto. Ambos, não obstante alguns pequenos problemas iniciais, acabam por ser o sustentáculo um do outro, vivendo Joe na casa de Ratso. Naturalmente que Joe não foi bem sucedido no seu ofício, pois de outra forma não viveria em tão precárias condições. De facto, em vez de grandes senhoras, aquele que, segundo palavras próprias, não é um verdadeiro cowboy, mas um bom garanhão, acaba por ou não trabalhar ou fazer apenas serviços homossexuais, o que abala o seu sentido estético e, porque não dizê-lo, a masculinidade que faz questão em ostentar. Creio que com isto um quadro geral fica traçado.
O em todo este filme mais parece perturbar é a turbulência das relações humanas: parece ser inegável a forte relação de amor entre Joe e Ratso, esses dois homens sós perdidos na grande metrópole. Mas que amor é esse? Que estranha relação cultivam os dois sujeitos? É curioso como Ratso, ao ver Joe chegar a casa com dinheiro, depois da primeira (que vem a ser única) noite de serviços sexuais remunerados o ataca com violência. Qual a causa dessa hostilidade que leva um homem a violentar o outro – o único – que se preocupa consigo? São dois homens perdidos, duas torres em queda que se apoiam uma na outra num muito frágil equilíbrio. E é uma relação tão forte que leva Joe a cometer um crime (ele que, aparentemente, tanta aversão a tal tinha) para poder levar Ratso à Florida, essa terra com que tanto sonhava, em que nunca chega a pôr os pés mas apenas a depositar o olhar (e a vestir uma camisa com uma palmeira). Pergunto-me então, de novo, sobre que força tão grande é essa que leva aqueles homens a suportarem-se um ao outro. Talvez uma qualquer que transcenda os nossos quadros de compreensão, que só pode ser sentida por homens assim tão sós, tão carentes de uma palavra singela, de um sorriso, ainda que amargurado, ou, tão-somente, de uma sombra pela casa que os lembre que não estão sós no mundo.
Também não consigo deixar de me perguntar sobre qual o valor do sonho: valerá a pena persegui-lo? Aquele rapaz ingénuo, firme na sua inocência, que parte para um espaço que não conhece acreditando no seu visual à John Wayne, que acredita nessa sua ilusão até ao momento em que, abandonando nova Iorque, depara consigo mesmo e, tão somente, não gosta. Basta comparar uma das cenas iniciais em que, ainda na pequena vilória do Texas, garbosamente se arranja para sair de casa, com aquele em que, na viagem para a Florida e depois de comprar um novo vestuário, deita todos os seus velhos pertences ao lixo. Talvez aí morra o Cowboy da Meia Noite do Texas e nasça um novo Joe de Nova Iorque. Há um desconsolo enorme em ver a figura de Joe destruir-se ao longo de todo o filme e, nesse momento em que “volta a si”, vê-lo a ver morrer o seu camarada de vida.
As interpretações dos dois principais actores são notáveis: John Voight tem um ar incrivelmente inocente ao longo de todo o filme; Dustin Hoffman parece um verdadeiro rufia. Comparar esta sua interpretação com a que realiza em “The Graduate” revela toda a sua qualidade. Será mesmo o mesmo, passe a redundância?
Comecei por dizer que este filme abre bastantes perguntas. Abre perguntas e com ela nasce alguma dor. Mas tudo isso dentro da grande felicidade de ver uma grande obra e de efectuarmos uma viagem a uma outra realidade pela câmara de um realizador.
Não classifico filmes com estrelas mas com palavras. Sobre este digo que é perturbante, às vezes doloroso, e que tem brilhantes interpretações. Ah…e recomendo a qualquer um.
segunda-feira, dezembro 01, 2008
Amanhã há filme
quarta-feira, novembro 26, 2008
terça-feira, novembro 18, 2008
sábado, novembro 08, 2008
British Culture Week
Aqui fica:
Monday 10th
15h30 Anfiteatro Nobre
Official Opening Session:
Tony Barker (Univ. Aveiro)
"You´re Nicked!” A Taxonomy of Classic British Crime Films.
Tuesday 11th
13h45 Anfiteatro Nobre
Film:
Bend It Like Beckham (Gurinder Chadha)
Introduced by Nic Hurst (meu Professor)
Wednesday 12th
10h45 Anfiteatro Nobre
Sara Graça da Silva (CETAPS – PhD Univ. Keele)
And now for Something Completely Different: British Comedy and the Representation of Britishness.
15h45 Anfiteatro Nobre
Film:
My Left Foot (Jim Sheridan)
Introduced by Roger Luke
Thursday 13th
15h45 Anfiteatro Nobre
Film:
Kes (Ken Loach)
Introduced by Jonathan Banatvala
Friday 14th
13h45 Anfiteatro Nobre
Film:
The Life of Brian (Terry Jones)
Introduced by David Christopher
domingo, outubro 26, 2008
Berlim: Reconstrução crítica
O Ciclo de Cinema apresenta um conjunto óbvio de quatro filmes incontornáveis, pontos de referência na linha da história de Berlim, que serão analisados e contextualizados por intelectuais apaixonados pelo cinema e pela cidade.
4 NOV 21h30
BERLIM, SINFONIA DE UMA GRANDE CIDADE
Walter Ruttmann, 1927
Analisado por Nuno Portas
5 NOV 21h30
GERMANIA, ANNO ZERO
Roberto Rosselini, 1947
Analisado por Abílio Hernandez Cardoso
6 NOV 21h30
ASAS DO DESEJO
Wim Wenders, 1987
Analisado por Pedro Barreto
7 NOV 21h30
BERLIN BABYLON
Hubertus Siegert, 2001
Analisado por Hubertus Siegert
Com Manoel de Oliveira em Serralves, um Ciclo de Cinema Italiano no TECA, um Festa do Cinema Francês no Cidade do Porto e agora este novo ciclo, pode-se dizer que o cinema está de pedra e cal na Invicta! Venha daí a Cinemateca... (?)
segunda-feira, outubro 20, 2008
21/10/2008 - Los Olvidados
Após o sucesso de Love and Death de Woody Allen, segue-se outra fabulosa obra cinematográfica, desta feita Los Olvidados de Luís Buñuel.
Com apresentação de Inês Silvestre e crítica de Francisco Noronha, Los Olvidados promete fazer as delícias da plateia ávida de bom cinema.
Até já.
domingo, outubro 19, 2008
sexta-feira, outubro 17, 2008
Hell Ride – Antevisão
terça-feira, outubro 14, 2008
domingo, outubro 12, 2008
sexta-feira, outubro 10, 2008
Grazie!
CICLO DE CINEMA ITALIANO
O cinema italiano vive de novo um momento alto. O sucesso recente de alguns filmes (exibidos e premiados nos melhores festivais de cinema do mundo) trouxe consigo uma «espécie de euforia» (JLR, Expresso) e um aumento significativo de espectadores. A Medeia Filmes propõe para esta rentrée cinematográfica no Porto, um CICLO DE CINEMA ITALIANO. A exibir no Teatro do Campo Alegre, a partir de 9 de Outubro, e ao longo de 3 semanas. São 21 filmes, a partir do pós-neo-realismo até aos nossos dias. Obras incontornáveis dos «mestres» Viconti, Fellini, Antonioni, Pasolini. As gerações que se lhe seguiram: Bertolucci, Belochio, Moretti..., até ao novo cinema napolitano, como Mario Martone. Actores e actrizes, como Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale, Alida Valli, Silvio Orlando, Nicoletta Brashi, Michele Placido... Argumentistas como Tonino Guerra. Músicos como Ennio Morricone, Nino Rotta... Para ver ou rever. Sim, porque como dizia Mastroianni, nós amamos [este] cinema.
TEATRO DO CAMPO ALEGRE - 9 A 29 DE OUTUBRO
Quinta, 9 Outubro
SENSO / SENTIMENTO
de LUCHINO VISCONTI
Sexta, 10 Outubro
IL GATTOPARDO / O LEOPARDO
de LUCHINO VISCONTI
Sábado, 11 Outubro
LA DOLCE VITA / A DOCE VIDA
de FEDERICO FELLINI
Domingo, 12 Outubro
AMARCORD
de FEDERICO FELLINI
Segunda, 13 Outubro
FELLINI 8 E ½
de FEDERICO FELLINI
Terça, 14 Outubro
IL DECAMERON / DECAMERON
de PIER PAOLO PASOLINI
Quarta, 15 Outubro
I RACONTI DI CANTERBURY / OS CONTOS DE CANTERBURY
de PIER PAOLO PASOLINI
Quinta, 16 Outubro
IL FIORE DELLE MILLE E UNA NOTTE / AS MIL E UMA NOITES
de PIER PAOLO PASOLINI
Sexta, 17 Outubro
BLOW UP
de MICHELANGELO ANTONIONI
Sábado, 18 Outubro
THE PASSENGER / PROFISSÃO : REPÓRTER
de MICHELANGELO ANTONIONI
Domingo, 19 Outubro
LAST TANGO IN PARIS / O ULTIMO TANGO EM PARIS
de BERNARDO BERTOLUCCI
Segunda, 20 Outubro
IL MOSTRO / O MONSTRO
de ROBERTO BENIGNI
Terça, 21 Outubro
APRILE / ABRIL
de NANNI MORETTI
Quarta, 22 Outubro
APASSIONATE / APAIXONADAS
de TONINO DE BERNARDI
Quinta, 23 Outubro
RESPIRO
de EMANUELE CRIALESE
Sexta, 24 Outubro
LA FINESTRA DI FRONTE / A JANELA EM FRENTE
de FERZAN OZPETEK
Sábado, 25 Outubro
LA MEGLIO GIOVENTÙ / A MELHOR JUVENTUDE (parte 1)
de MARCO TULLIO GIORDANA
Domingo, 26 Outubro
LA MEGLIO GIOVENTÙ / A MELHOR JUVENTUDE (parte 2)
de MARCO TULLIO GIORDANA
Segunda, 27 Outubro
CANTANDO DIETRO I PARAVENTI / CANTANDO POR DETRÁS DAS CORTINAS
de ERMANNO OLMI
Terça, 28 Outubro
BUONGIORNO, NOTTE / BOM DIA, NOITE
de MARCO BELLOCCHIO
Quarta, 29 Outubro
L'ODORE DEL SANGUE / O ODOR DO SANGUE
de MARIO MARTONE
Sessões às 18h e 22h. Bilhetes 3.5euros.
Ontem fui ver o primeiro do ciclo, Sentimento, do Visconti. Fantástico...
quarta-feira, outubro 08, 2008
07/10/2008 - Love and Death
A primeira sessão do Cineclube FDUP foi um sucesso.
Após uma cativante apresentação de Lídia Queirós, Woody Allen fez rir uma plateia com cerca de 45 pessoas.
Um excelente começo para o Cineclube, que mais uma vez promete trazer cinema de qualidade ao anfiteatro 1.01, e à biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade do Porto.
Até daqui a 15 dias…
sexta-feira, outubro 03, 2008
Cineclube, o regresso.
É já na próxima terça-feira, 7 de Outubro, que o Cineclube regressa à actividade, com mais um semestre de bom cinema na Faculdade de Direito da Universidade do Porto.
Este será um semestre em que a programação nos levará à volta do mundo, percorrendo realizadores de várias nacionalidades e estilos. Abrimos com Love and Death de Woody Allen, seguindo-se Los Olvidados de Luís Buñuel, Tales of Ugetsu de Kenji Mizoguchi, e How Green Was My Valley do famigerado John Ford. Para terminar o semestre em grande e com um sorriso na face, fecharemos com Rushmore do aclamado Wes Anderson.
Mais uma vez, neste semestre continuaremos com a estrutura de apresentação aos filmes no início das sessões, com o mesmo objectivo de conduzir a uma compreensão contextualizada das obras, ao nível estético e histórico.
Assim, esta terça-feira o Cineclube volta a encher a faculdade de cultura, e a acolher o Porto cinéfilo em sessões bem-humoradas de cinema.
Estão todos convidados…
quinta-feira, outubro 02, 2008
Gomorra: A outra Face
Por ultimo e em toda a dureza do filme, há uma esperança. Roberto (não revelo o porque desta mensagem pois estragaria a historia, mas depois de visto o filme percebe-se o porque da sua existência no filme). Quanto à fotografia e aos pormenores de realização confesso que não tenho capacidade de analisar como o resto (arrogância de parte, sempre me interessei mais pelo conteúdo dos filmes, pecando pela falta de conhecimento em aspectos mais técnicos, não obstante invejo quem disso sabe mais do que eu), noto no entanto que em certas alturas torna um filme um pouco cansativo a quem esta a ver e quebra um pouco a dinâmica que se procura com câmaras sempre em movimento. Ainda um remate final para a banda sonora e os adereços usados pelos criminosos, não é um filme com uma música apoteótica na queda e auge na cena, nem os criminosos a morrerem em fatos deslumbrantes. São execuções a musica é pastilha, tem um estilo a que os espanhóis chamam de “ chungo “ que tão bem descreve aquilo que no bairro se veste e que cá a expressão adquire um sentido mais lato. Apesar de algumas falhas, acho um bom filme no geral, com uma visão inovadora e dinâmica de um mundo que tantos ouvimos falar mas que tão pouco conhecemos. Todos até hoje conhecíamos a máfia siciliana chamada de Cosa Nostra, mas não sabíamos que a Camorra é bem mais antiga e sangrenta, e que estende a sua mão a quase tudo o que dá lucro.
Um pequeno aparte à margem do filme sobre o Comment do Francisco, bem o filme passa-se na altura do livro que lhe serviu de suporte, ou seja a actualidade. Quanto as afirmações bombásticas, são devidamente sustentadas. O jornal o Publico durante este verão foi trazendo a conta gotas, como todas as informações do género que chegam a Portugal, uma serie de noticias acerta da Camorra, também o livro de Roberto Saviano foi alvo de um especial pelo suplemento P2. Outro livro que fala no tema, embora não seja sobre ele, é o “ Cosa Nostra “ de Dickie, aquele que se propõe a ser o 1º livro independente de “ Historia “ e sublinho Historia da Máfia em Itália, não um romance com fundo de verdade. Obviamente para quem vê o filme pela primeira vez isto cai um pouco de para quedas e neste caso tens toda a razão tudo parece um pouco confuso, mas como bem sabes interesso-me bastante por este tema o pelo que em mim não se declararam estas dificuldades, mas sim são pontos negativos para o filme. Não concordo que seja um cidade de Deus Italiano, isso seria diminuir um em prol de outro. Seguindo o Raciocínio podíamos afirmar então que o Cidade de Deus é o Los Olvidados Brasileiro.
Gomorra ou a Cidade de Deus italiana
Fui ver há dias o tão propalado filme de Matteo Garrone, Gomorra. E o que posso dizer é que o que mais gostei em toda a fita foi a fotografia. Ora isto pode traduzir diferentes perspectivas da apreciação pessoal de um filme. Para o caso concreto, o que mais gostei foi a fotografia é em tom depreciativo.
Gomorra é mais do mesmo, na minha modesta opinião. Mais máfia, mais tiros, mais droga, mais miudos perdidos na teia do crime organizado, mais isto e aquilo. Está certo que à partida Garrone é corajoso por apostar num filme cuja temática já foi saturadamente explorada. E certo está que o argumento não é original mas inspirado no livro Gomorra de Roberto Saviano. Mas a verdade é que para pegar num tema velho como este, mais valia pegar com originalidade e reflexão. Sou suspeito no entanto, dada a minha parca paciência para filmes com muitos bosses, droga e armas.
Mas vamos ao filme: Gomorra retrata a delinquência dos bairros sociais de Nápoles nos anos 60 e 70 através de uma camera espectadora, expectante, narradora, quase que em registo documental. Deliquência essa que tem como epicentro o poderoso negócio da droga, e com ele das armas e da corrupção.
Apesar de pegar em 5 histórias diferentes, o realizador vai conduzindo-nos fundamentalmente através dos olhos e pensamento de Toto, um miudo filho de uma merceeira que enquanto vai vendendo as coisas da loja da mãe de porta em porta vai observando a repetição exaustiva de cenas de tráfico e violência. O quê que isto nos faz lembrar? Muitos outros filmes, pois claro.
Outras quatro histórias se nos deparam. A de um Don que explora aterros para lá esconder "resíduos químicos"; a de dois jovens turbulentos que se iniciam na vida do crime mas só fazem asneiras da grossa; a de Don Ciro, um intermediário de uma das máfias que paga as contas da organização de porta em porta; e a de um empregado de um fábrica de costura pertencente a um patrão que não paga a ninguém e que quando sabe que o seu empregado faz horas extra numa fábrica chinesa clandestina o manda assassinar.
Na minha opinião, muito do insucesso deste filme passa pela inexistência de uma linha coerente entre estas histórias. Chegar a parecer um amontoado de cenas chocantes. Se se pretendia denúncia e crítica social, tudo bem. Parabéns! Se se pretendia realismo, tudo bem. Hiper-realismo, sem dúvida! Agora se não se pretende mais do que isso, então é uma pena.
Talvez o filme acabe por desenhar uma linha evolutiva da delinquência (multifacetada): o pequeno Toto, os dois adolescentes; o aprendiz do Don que controla os aterros; o costureiro; e Don Ciro como conclusão aterradora de uma vida de tensões, medo e violência.
Também a forma como se expõe a estupidez xenófoba está interessante: chineses, italianos, colombianos e outros. Todos contra todos. Todos a negociar uns com os outros. Ali, a vida negoceia-se.
Por outro lado, não se chega a compreender se existe ou não uma unidade na máfia napolitana. Se existe uma máfia da Gomorra, ou apenas bandos atrás de bandos. Para piorar as coisas, fica-se ainda mais confuso quando no fim passam uma série de frases bombásticas em que numa delas se lê qualquer coisa como: "A Máfia de Gomorra investiu milhões de dólares na reconstrução do Ground Zero de Nova Yorque".
Destaque para as actuações de Gianfelice Imparato (Don Ciro) e do empregado da fábrica de costura, do qual não sei o nome neste momento. Representam ambos uma geração mais velha, uma geração cansada da realidade circundante e procurando um sentido mais claro para o seu dia a dia. A angústia está fortemente enraizada nestas personagens.
Como referi no início, o que mais gostei em Gomorra foi mesmo a fotografia. Por isso aqui ficam dois exemplares de uma cena em que a violência é pintada nos seus tons (humanos) mais absurdos: loucura, irracionalidade, estupidez, histeria, selvajaria.
terça-feira, setembro 30, 2008
A história deste filme é simples, e o argumento reduzido. Não é um grande clássico de cinema, nem um sucesso de bilheteira. Bad taste é obra de Peter Jackson mais conhecido por trabalhos como o Senhor dos anéis. Este é um filme de culto por excelência, poucos conhecem, mas quem viu não esquece. A história relata uma tentativa alien de colonizar o planeta e transformar os Humanos em Hamburgers espaciais. Muito Gore, violência e cenas ridículas, entregues a O’Herne e à sua equipa que nos daram algumas delicias tão ao gosto da já longínqua e tao admirada década de 80.
Este filme em conjunto com outros já apresentados aqui como o mítico “ Jack Burton nas garras do Mandarim “ e o " Evil Dead " fizeram a delicia de muitas infâncias e certamente de alguns de vos.
segunda-feira, setembro 29, 2008
sábado, maio 31, 2008
"A cidade do Porto sofre de vários e complexos problemas na área da cultura, como é do conhecimento geral. No entanto, esta situação não é generalizável a todo o país. Efectivamente, Lisboa continua a usufruir de forma centralizada dos serviços de certas instituições culturais que deveriam fazer jus ao seu âmbito nacional, como, por exemplo, a Cinemateca Portuguesa, um organismo público suportado pelos contribuintes a nível nacional.
No Porto, é de grande interesse público a criação de uma extensão da Cinemateca, o que permitiria acabar com a carência de exibição cinematográfica sentida na cidade, ao nível da produção anterior à década de 90...."
Apesar de ainda nem sequer conseguir ler as legendas, da primeira vez que vi este filme consegui aperceber-me de dois factos: este era uma fabulosa obra de ficção-científica, e aqueles bichos eram maus como as cobras.
Neste segundo filme da saga Aliens (a meu ver o melhor), desta feita realizado por James Cameron, é-nos apresentado um enredo de acção alucinante estranhamente credível, em que tropas humanas são enviadas para combater uma ameaça extraterrestre que se instalara numa colónia espacial. Toda a acção decorre num futuro longínquo, mas nem por isso menos realista.
A fotografia é espectacular. Em Aliens o espectador é presenteado com frenéticas cenas de combate e perseguição, tudo isto em muito bem conseguidos sombrios cenários. Além dos espectaculares cenários e revolucionários efeitos especiais, há que ter em grande conta as interpretações de Sigourney Weaver, Michael Biehn e Bill Paxton, este último, a meu ver, numa interpretação memorável.
Gostei; continuo a gostar; e dói-me quando penso que já não se faz ficção-científica assim. Recomendo.
quinta-feira, maio 22, 2008
Toda a história gira em torno da demanda pelo Necronomicon, o “Livro dos Mortos”, em que se alojam as soluções para todos os problemas de vastas populações indefesas e de Ash, que sem escolha se vê envolvido em paranormais batalhas contra terríveis exércitos de cadáveres.
Num misto de acção, um pouco de terror e muita comédia, Sam Raimi leva-nos numa improvável aventura por paisagens medievais, recheada de humor e exagerada violência.
Recomendo o filme, as citações não tanto (afinal as mulheres não gostam assim tanto de humor machista…).
terça-feira, maio 20, 2008
Como grande parte da obra de Roman Polanski, também este filme é desconhecido do grande público. Apesar de mais sério e escuro, à semelhança “The ‘burbs” este é também um excelente exemplar desse género estranho e maldito, o terror cómico.
Lembro-me de em pequeno, quando nem sequer conseguia seguir atentamente as legendas sem ficar enjoado, sentir que todo o filme era de um encanto horroroso que me fascinava e deixava gelado de medo. Repleto de interpretações brilhantes, inclusive de Roman Polanski e Sharon Tate, a sua falecida esposa, todo o filme decorre em cenários memoráveis, interiores e exteriores. O brilhantismo do filme resulta da fusão de um terror clássico com um intemporal humor físico, bem como de um argumento onde encontramos incríveis perseguições na neve sob trenós, aterradores vampiros com graves problemas de alcoolismo, caçadores de vampiros muito pouco experientes na arte de espetar estacas, e vampiros de uma questionável sensibilidade.
Graças a este filme ainda hoje durmo de luz acesa.
Recomendo. E o filme também.
sexta-feira, maio 16, 2008
Sempre achei os meus vizinhos estranhos, mas nem a Dona Júlia que só tem uma perna bate a família Klopek deste divertido filme de Joe Dante. Todo o filme gira em torno de um sossegado e seguro neighborhood, cujos habitantes vêem a calma rotina ser ameaçada pela chegada de novos vizinhos, os Klopek.
Tom Hanks tem o papel principal do filme, Ray Peterson, um psicótico e medroso vizinho que se vê arrastado pelos amigos na busca pela verdade sobre a estranha nova vizinhança. Repleto de humor, muitas das vezes físico, todo o filme se vê envolto num ambiente obscuro e sinistro, tornando-o num bom exemplar de terror cómico.
Até à minha triste infância este filme trouxe alguma alegria. Recomendo-o vivamente.
quinta-feira, maio 15, 2008
Camionistas, ninjas, ninjas maus, velhotes, chinesas de olhos verdes, e muitos trovões e faíscas, tudo isto encontramos em doses industriais neste clássico de John Carpenter.
Jack Burton, o anti-herói interpretado por Kut Russell cuja saga é relatada neste filme, é um camionista algo low-life, que se vê pelos motivos menos óbvios arrastado em paranormais aventuras. Com Kim Cattrall forma uma dupla ao jeito de Han Solo e princesa Leia na trilogia da “Guerra das Estrelas”.
Com o vincado e berrante traço estético tão característico dos anos 80, “Jack Burton nas Garras do Mandarim” (a tradução muito liberal, mas muito engraçada e bem conseguida), é uma aventura rápida, alucinante e algo cómica, que quando misturada com o consumo excessivo de psicotrópicos pode causar sensação de vertigem e paralisia parcial da face.
Recomendo. Os dois.
quinta-feira, maio 01, 2008
Na nossa (curta) tradição de fazer algo especial no fim de cada semestre, aqui está a próxima surpresa. Com início às 16h, será apresentado o filme "Midnight Cowboy", de John Schlesinger, seguido de um lanche muito especial, com música, convívio e discussão. Depois, temos o "The Graduate", de Mike Nichols. As apresentações ficarão a cargo, respectivamente, de Maria João Fonseca e Alexandra Severino, ambas directoras da nossa nobre instituição.
Tendo em conta que a sessão é especial, e que comportará custos extra para o cineclube, somos obrigados a fazer inscrições e a cobrar um simbólico bilhete de 1€. As inscrições podem ser feitas junto do já mítico Sr. Ferreira, no balcão da segurança da FDUP.
Contamos com a adesão de todos!
P.S.: Então e essas críticas? Criminologia ganha por 1-0 a Direito.
quinta-feira, abril 17, 2008
Parabéns pela crítica Inês!
Esperamos que todos participem. *
There Will Be Blood
There Will Be Blood não ganhou o Óscar, mas esta questão fica para depois. O que é certo é que nao podemos falar desta obra como um simples filme. É mais que isso, é a pura e perfeita conjugação de elementos fotográficos, musicais, actuações geniais que ultrapassam qualquer filme deste século. Difícil de consumir? Para muitos, sim. Compreensível? É subjectivo. São 159 minutos de arte, com actuações brilhantes e já bem conhecidas pelo publico em geral. Pois que é inegável que Daniel Day-Lewis se esmerou, e Paul Dano não lhe ficou nada atrás. Assistimos a uma historia de petróleo, ambição, luta, amor-ódio e degradação. A acção começa a ganhar asas quando D. Plainview (Daniel Day-Lewis) tem conhecimento de forma dúbia e misteriosa de que numa pequena cidade do Oeste um mar de petróleo está a emergir. Assim, segue o rumo juntamente com o seu filho, H.W. (Dillon Freasier - com, certamente, um futuro promissor), para usar a mestria de persistência e tentar a sua sorte na mirabolante Little Boston. É aqui que a intriga começa e tudo acontece. O resto fica para verem.
Jonny Greenwood consegue momentos brilhantes com a banda sonora que criou, principalmente por resistir ao comum e assumir uma postura irreverente. É assim que em muitos momentos, o som esperado era um, e acaba por sair outro, que resulta na perfeição. Mas outra coisa não seria de esperar de um guitarrista de uma banda tão controversa como os Radiohead! (E controversa não significa má, antes pelo contrario).
A complexidade desta obra de Paul Thomas Anderson é imensa, coisa a que ele já nos tinha habituado, por exemplo, com Magnólia, filme que nos faz reflectir sobre questões à partida banais. Será por essa complexidade e consequente falta de apreensão por parte de muitos que There Will Be Blood não foi o premiado? Ou será que, efectivamente, No country for old man (quase tao bom) fica a um nível acima? Para mim, não. Resta a vossa opinião. Entretanto, quando tiverem oportunidade, não deixem de ver There Will be Blood.
Rosebud, Criminologia
O cineclube é de todos. Não é da direcção, mas sim de todas as pessoas que para ele contribuem de alguma forma, seja pela presença nas sessões, seja pela contribuição enquanto sócios, seja pela ajuda na preparação da sala, na publicidade, em todos os demais encargos que existem quando há um projecto deste género.
Uma das formas pelas quais todos podem contribuir, é vendo cinema. Pura e simplesmente, ver cinema e falar sobre ele. O nosso objectivo é fomentar o cinema, difundir a cultura, levar ao público obras que não seriam vistas de outra forma. Inspirar o pensamento crítico, criar novas perspectivas de apreciar filmes, de conhecer génios criativos e técnicos exímios. Queremos exigir de todos uma participação activa, e não uma mera atitude passiva.
Estão todos convidados, assim, a fazer críticas de filmes que vejam e que achem que se enquadra no espírito do cineclube (excluem-se assim as sagas American Pie, Scream, Porky's, etc.), sejam novidades ou clássicos, e a enviar-nos por email (cineclubefdup@gmail.com). De acordo com a qualidade e o volume das críticas (sim, centenas...), serão publicadas no blog. Caso haja ataques súbitos de timidez, lembrem-se que ninguém julga ninguém, que ninguém é perito ou crítico profissional de cinema, e que o objectivo é precisamente desenvolver a capacidade crítica de todos. Arrisquem!
quarta-feira, abril 09, 2008
segunda-feira, abril 07, 2008
O nosso tasco, ou usando um nome mais fino, a nossa Film Society, aproveita o dia para felicitar o sujeito acima indicado, dado que celebra hoje (7 de Abril) 69 anos.
Não vamos, claro, relatar aqui a vida do realizador, visto que acreditamos piamente que todos os nossos assíduos leitores já a conhecem. Portanto, só temos isto a dizer:
Apocalypse Now.
The Godfather, I, II e III.
Rumblefish.
Dracula.
quarta-feira, abril 02, 2008
O recente filme de Todd Haynes faz-nos um retrato da vida de Bob Dylan, usando o mesmo sistema/estrutura que anteriormente usou em Velvet Goldmine, de 1998, mas desta vez em "bom". Ou seja... É um filme que vale a pena ver, mesmo para quem não conhece muito bem a obra de Dylan (como eu) e precisa apenas de uma oportunidade.
Nos principais papéis, temos Cate Blanchett, Ben Wishaw, Christian Bale, Richard Gere, Marcus Carl Franklin, e o defunto Heath Ledger no seu último papel. Todos eles interpretam Dylan, numa parte da sua vida ou num momento da sua personalidade, como alter egos do cantor. Sem dúvida é surpreendente conhecer um pouco mais do que passa/passou na cabeça de um dos mais influentes artistas do século passado, a sua relação conflituosa com os media, a reacção destes e dos fãs às suas mudanças ou evoluções, a crítica social, a guerra do Vietname e todos os restantes acontecimentos que marcaram a época.
A fotografia do filme é bastante boa e a banda sonora é brilhante, vale a pena mesmo ter atenção e ouvir. São 2 cds deliciosos.
Quanto à realização, não gostei, de facto, do Velvet Goldmine, mas sou obrigado a reconhecer que o realizador conseguiu utilizar a mesma estrutura de filme, como já disse, mas aperfeiçoada a ponto de funcionar e termos um filme agradável e interessante de ver. A desconsiderarmos o objectivo do filme, Dylan, temos uma série de histórias que em ponto nenhum se cruzam, mas que encaixam se tivermos em conta a formação de uma personalidade problemática, poeta, pensativa e até louca.
quinta-feira, março 27, 2008
Serão enviados aos subscritores mensagens sem qualquer periodicidade, contendo todo o tipo de informações relativas quer ao cineclube, quer ao cinema em geral. Sinopses, programas, anúncios das sessões e ainda de abertura de inscrições para sessões especiais, desejos de boas festas (Natal, Páscoa, Hanukkah, Kwanzaa), etc.
Os interessados em subscrever, podem, além do contacto directo com um membro da direcção, enviar um e-mail para cineclubefdup@gmail.com com o pedido de subscrição (no texto basta 'mailing list'; 'eu quero'; 'kawabunga'; etc.)
sábado, março 15, 2008
A estreia do projecto circuito foi um sucesso, lotação completamente esgotada, perto de 200 pessoas e um filme que lembra a quem o vê que, realmente, o cinema merece ser a 7ª arte. Uma pequena amostra para quem não foi:
Voltando então ao nosso cineclube, estão na calha filmes importantíssimos para a história do cinema, uma programação bastante forte (como nos é exigido pela qualidade de cinema universitário que existirá este semestre). Repulsion, de Polanski, é o senhor que se segue.
Relembro que a DVDTECA está em funcionamento, e que esta semana contará com novos filmes.
Recomendo para esta semana:
Caramel e No Country For Old Men - Cinemas Medeia - Shopping Cidade do Porto
The Darjeeling Limited - Cine-Estúdio do Teatro Campo Alegre
Bons filmes e boas férias.
quinta-feira, março 13, 2008
terça-feira, março 11, 2008
quinta-feira, março 06, 2008
domingo, março 02, 2008
Caros Cinéfilos,
Retomamos, esta semana, a exibição de filmes na Faculdade de Direito. Alertamos para duas sessões especiais:
Dia 10 de Abril: Nesta sessão, o Cineclube acolhe a programação do projecto Circuito, que se dedica à exibição de filmes em várias faculdades, da UP e da UCP. Todos os filmes são antecedidos por uma introdução feita por realizadores, docentes, produtores e críticos da área do Cinema. O filme exibido na FDUP, de Frank Capra, será apresentado pela Professora Alexandra Serapicos, docente de Estética do Cinema na Escola das Artes da Universidade Católica.
Dia 8 de Maio: Na semana da queima das fitas, o Cineclube promove uma sessão dupla, com The Graduate e Cowboy da Meia Noite. Os filmes serão intervalados por um lanche e a sessão começará, excepcionalmente, às 16h. Para esta sessão, os interessados terão que efectuar uma inscrição prévia.
Até quinta-feira.
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
Com graves dificuldades de concentração para estudos aprofundados, 3 estarolas resolvem tirar a noite e dirigem-se para um estabelecimento comercial onde se abastecem com francesinhas, à qual se segue 2h numa cadeira confortável a olhar para a lanterna mágica. O escolhido foi este, 3:10 to Yuma (embora nos quisessem impingir Asterix...).
O filme é um remake de 1957, de Delmer Daves e com Glenn Ford e Van Helfin nos principais papeis. Na versão actual, eles são substituídos por Russell Crowe e Christian Bale, acrescentando-se o magnífico Ben Foster num papel secundário.
Considerou-se que a dita película é divertida quanto baste, relaxante, e até com pormenores bastante interessantes. A nível dos actores, nada a dizer. Todos muito bem nos seus papeis, mas salientando Ben Foster (Charlie Prince).
Quanto ao realizador, James Mangold (Walk The Line; Copland), pecou pelo fraco uso da banda sonora, elemento essencial num western, bem como por alguns cortes no argumento que saltam à vista em certos pontos do filme.
Ou assim:
Mas de qualquer modo, foi bom.
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
Sweeney Todd. Um musical sangrento, divertido e trágico, de Tim Burton.
Johnny Depp canta e dança, em duo com Helena Bonham Carter (excelente interpretação de ambos, mas como Depp é sempre bom, salienta-se agora Mrs. Lovett).
Tem mesmo muito sangue. É um filme um pouco longo demais, com cerca de 120 minutos num mundo sujo e escuro, violento e frio.
Mas temos sempre empadas de carne e uma barba bem feita para acompanhar.
Gostei, não me apetece alongar mais.
Pequena nota: são fantásticos os planos de luz que variam de acordo com as personagens e locais. Vale a pena prestar atenção a isso.
p.s.: a tipa que faz a entrevista é tão idiota...
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Entre os seus principais papéis destacam-se "The Patriot" (2000), "A Knight's Tale" (2001), "Monster's Ball" (2001), “The Four Feathers” (2002), “The Brothers Grimm” (2005), “Casanova” (2005), “Candy” (2006) e “I’m Not There”, no qual interpreta uma das facetas de Bob Dylan.
Em pós-produção está o seu (sabemos agora) último filme, “The Dark Knight”, realizado por Christopher Nolan, sobre a história de Batman, e no qual interpreta o papel de “Joker”. Michael Caine, colega de trabalho, já havia dito à MTV que “Ledger’s interpretation is one of the scariest performances I've ever seen".
Reconhecido pelo público e pela crítica, elogiado pelos colegas e amado por outros tantos, é sempre triste ver partir uma estrela em ascensão, uma carreira tão promissora, e principalmente um actor com a qualidade, o carisma, a garra e a versatilidade que Heath vinha demonstrando possuir. Acima de tudo, é de lamentar a perda de um ser humano tão jovem e belo, que nos deixa de um modo e cujos motivos não conseguimos ainda compreender ou sequer imaginar possíveis. Em nome do Cineclube (se alguém não gostar particularmente dele, em nome pessoal), aqui fica a minha homenagem.
segunda-feira, janeiro 21, 2008
Continuando o nosso serviço público de crítica a filmes, sacrifiquei o meu (enorme) ego, e voluntariei-me para ir ver um filme do meu arqui-inimigo Woody Allen.
Antes de mais, cumpre esclarecer umas coisas: Eu nunca vi o Manhattan, nem qualquer das outras "obras-primas" dele, simplesmente porque começava a ver e aborrecia-me imenso. Vi, no entanto, o Match Point e o Scoop, tendo não gostado do segundo, e ficado na expectativa quanto ao primeiro. Fui então hoje ver o Cassandra's Dream:
Ver este filme foi quase um remake do Match Point, visto que o enredo é por demais semelhante. O ponto positivo disto, é que uma vez que não desgostei do primeiro, desta feita aconteceu o mesmo. Posso até dizer que foi um filme agradável de ver, € 3.80 bem gastos e um serão bem passado.
O filme conta com um elenco fantástico, Colin Farrel e Ewan McGregor nos papeis principais; Hayley Atwell em graaaande destaque, em virtude de ser uma mulher lindíssima e ter uma personagem por demais sedutora e possível alvo de fantasias; John Benfield - pai dos dois actores principais - é também muito interessante de se ver, tem uma personagem muito cativante.
Woody Allen conseguiu aquilo a que se propôs, quanto a mim. Criou um filme com um enredo duro e que nos leva a ter uma grande percepção de realidade, pelos seus planos e fotografia sem grandes manipulações. É uma filmagem crua, o mais real possível, algo que também senti com o Match Point. Mostra as coisas tal como elas são.
Colin Farrel está muito bem, uma grande interpretação, bem como Ewan. Nada há a dizer acerca deles ao que me parece.
Uma nota ainda: a personagem de Ewan McGregor é muito semelhante (again...) à de Jonathan Rhys Meyers em Match Point. Além de haver parecenças fisionómicas entre os dois (ambos de pele clara, cabelo claro, altos), o que dá ideia de ser o espelho do que Woody Allen gostava de ter sido em novo (um alfinetada...), o próprio papel desempenhado é parecido, sendo que o de Ewan é algo menos frio e mais humano.
Não sendo um filme brilhante, ou bom, é um filme agradável de ver, com bastante qualidade. E tem a marca de Woody Allen, claro.
Agora com licença, vou tomar um copo com a Hayley Atwell.
quinta-feira, janeiro 10, 2008
Mais que uma crítica técnica, quero dar a minha opinião sobre o filme. E constato que cada vez mais tenho apatia por grandes/médias produções.
Acho que é um filme que entra na linha do history of violence, também com Viggo, e com Maria Bello, no sentido em que as cenas de violência são realmente violentas. Reais, duras, sem esconder uma gota de sangue, e que nos deixam a pensar não só na fragilidade do corpo humano, mas também na crueldade dos homens quando se trata de infligir dor ao próximo. É assustador. Nesse aspecto, Cronenberg leva uma salva de palmas.
Gostei imenso de alguns planos do filme, nomeando dois, escolho uns quase no início do filme: a primeira cena em que Naomi conduz a sua moto, em que temos uma sensação de filme dos anos 50 a 60, onde a moto está dentro do estúdio, com um filme com a paisagem a passar por trás; o segundo, é a primeira cena entre Naomi e a mãe, com a câmara a seguir uma simples caneca.... Não sei porquê, mas gostei imenso.
Vincent Cassel tem uma interpretação fabulosa, bem como Viggo - à altura do que já nos habituou. Perfeito papel de mafioso russo.
A fost sau n-a fost? (12:08 A Este de Bucareste), de Corneliu Porumboiu
O filme decorre numa cidadezinha na Roménia, no Natal, onde a televisão local planeia um programa para esclarecer se houve ou não revolução também naquela cidade, 16 anos antes com a queda do Comunismo e fuga de Ceausescu.
Com algumas coisas a lembrar Jarmusch (esta é do joe), temos um início de dia com petardos traquinas desancar a paciência dos habitantes da pequena cidade, que se alvoroça ainda mais na altura da discussão sobre a Revolução, onde se acaba por discutir pequenas e hilariantes coisas que nada têm a ver com o dito acontecimento.
Não me posso alargar, mesmo, porque o filme, só visto é que vale a pena.
segunda-feira, janeiro 07, 2008
Bom... a realização foi boa, gostei também da fotografia, gostei dos actores (Robert Redford e Meryl Streep nem precisam de comentários, Tom Cruise está finalmente num papel onde encaixa bem, Andrew Garfield surpreendeu-me pela positiva, tem futuro).
Mas o central duma crítica a este filme é, a meu ver, a história. Demasiado recente para uma visão puramente analítica, tem o dom de despertar sentimentos ambíguos no espectador, por tão depressa nos tentar a acreditar que a guerra é a única solução para certos problemas mundiais, e por logo de seguida nos mostrar a arrogância do poder. E pelo meio sabemos que há pessoas que realmente acreditam ser aquilo o correcto a fazer.
É um filme que me deixou a pensar em algumas angústias da vida, a fazer a mim mesmo perguntas algo filosóficas e a conversar sobre isso até às 3h da manhã com um amigo em semana de exames.
Não considero, no entanto, que seja um filme majestoso, mas simplesmente um filme médio/bom, que se deve ir ver. Quem quiser que aproveite, não faço ideia quanto mais tempo vai estar em exibição.
É um filme que pode mudar o rumo das vidas, por nos obrigar a olhar bem para nós. A mim reafirmou simplesmente algumas coisas que já sabia desde os meus tempos do exército. A guerra é suja.
Fica então o trailer