sexta-feira, março 30, 2012
Premiados "A Vingança de uma Mulher"
quinta-feira, março 29, 2012
Passatempo: "A Vingança de Uma Mulher"
sexta-feira, março 23, 2012
terça-feira, março 20, 2012
5ª feira (22 Mar): "FAUST", F. W. Murnau
quarta-feira, março 14, 2012
três zeros
terça-feira, março 13, 2012
Projecto CineBatalha
O Cinema Batalha é um emblemático edifício que motiva o nosso interesse (e de tantas outras pessoas com quem temos falado), não só por ser uma simbólica obra de arte e de arquitetura, mas também pela sua história cinematográfica, que chega até aos dias de hoje sob a forma de memórias.
Eu faço parte de um grupo de 4 pessoas, com formação em diversas áreas, mas com uma grande paixão em comum - o Cinema Batalha. Enquanto cidadãos, consideramos estar em nós a vontade de tentar mudar uma situação que perdura há algum tempo, sem trazer qualquer benefício à comunidade. Nos últimos meses temos vindo a discutir como levar a cabo esta intervenção e qual a melhor forma para a sua manifestação, aproveitando as potencialidades do Cinema Batalha. Perante esta iniciativa, esperamos poder contar com entidades que se mostrem sensíveis a esse potencial, bem como à frustração em ter um edifício tão marcante da cidade do Porto nas condições atuais.Não será de mais acrescentar que estamos perante um projeto baseado na nossa boa-vontade, e na boa-vontade de futuros colaboradores, sem qualquer fim lucrativo em vista. Por esse motivo, contacto-vos na esperança de conseguir uma calorosa colaboração e envolvimento entre todos os interessados.
Visitem, por favor, o nosso blogue e a respectiva página do facebook, que utilizaremos como principal meio de divulgação da nossa intervenção. Divulguem também por todos os vossos contactos, para que façamos chegar esta iniciativa ao maior número de pessoas possível.Só trabalhando em conjunto, por uma causa, será possível valorizar o Cinema Batalha e, a um nível superior, dar o devido valor à arte e à cultura em Portugal.
Contamos com a vossa ajuda!
Joana Brandão
domingo, março 11, 2012
Crítica a "Trust" de Hal Hartley
Trust, sem qualquer tipo de preliminares com as formalidades narrativas, anuncia-nos imediatamente, por Maria (antes da evidente mudança a nível de profundidade emocional) um brainstorm de clichés e estereótipos da suburbia americana, plasmados na desistência desta de várias entidades típicas do romantizado ideário da juventude : da escola e da inocência (não propriamente sexual – embora esta, neste caso não exista mais, sendo que se pressupõe que esta Maria não tem a mesma espontaneidade criacionista genética da homónima personagem bíblica – mas antes do distanciamento tácito de determinadas responsabilidades para com a sociedade, quando esta definiu restritas regras de respeitabilidade e de capacidade para as arcar).
Pese embora a situação difícil em que se encontra, Maria confia no seu namorado para um eventual casamento prometido, com a gravidez como eterno dote catalisador das uniões matrimoniais. Porém, tal planeamento de vida choca diretamente com o futuro que tal namorado projetou para si.
Este decurso inicial dos acontecimentos, algo digno de telenovela de ritmo acelerado, revela a ironia que se encontra na superfície deste filme (sendo também um traço distintivo do cinema de Hal Hartley), alternando fluidamente entre o realismo e o absurdo polvilhado de humor deadpan. Como quando o pai morre (literalmente) com a notícia da gravidez de Maria, com esta a chama-lo de “bastard” como ultimas palavras, como se de um antecipado elogio fúnebre por parte de um orador brutalmente honesto se tratasse.
Nesse aspecto, na aparente arbitrariedade de determinadas situações e subplots, Hal Hartley parece partilhar o gosto de Godard pelo absurdo e pela coincidência, sem serem momentos pontuados por apaixonadas reflexões sobre as motivações que regem as acções das diversas personagens, mas um encapsular de vida em modo fast forward, que demonstra a universalidade do sentimento de deriva emocional, quer no domínio das relações humanas que estabelecem, quer na relação com as suas próprias ideologias.
Essa parte humana do filme, apesar das camadas de ironia e absurdo em que esta se camufla, está melhor presente na relação entre Maria e Matthew, que quando se encontram, ambos em momento de fuga de um folclore parental controlador, agem desconfiados, como se tratassem de animais feridos traumatizados pela presença de predadores. Acaba por uni-los o sentimento de não-pertença, quer em casa, onde se passeiam as autoridades parentais que não compreendem, quer o mundo em geral, que os ironicamente os subjuga e às ideologias ainda não formatadas pela realidade material, como Matthew ver-se obrigado a trabalhar na reparação de televisões, quando recusa terminantemente ter algum contacto com esse tipo de tecnologia.
Confiança, seja qual for a fórmula em que se decomponham os diversos sentimentos em que esta se alicerça, é o motor para a osmose emocional e convergência efectiva que ocorre entre os dois, e é apenas isso que sabemos, porque o filme apenas nos mostra uma parte da procura. Da procura de algo em que possamos confiar, a procura de razões para confiarmos em nós próprios.