Terá dito Dostoievsky qualquer coisa como "para reduzir um homem a nada basta dar ao seu trabalho um carácter de inutilidade".
À beleza da citação literária contrapõe-se a riqueza do mundo real. Assim neste filme: um grupo de trabalhadores de meia-idade é despedido dos estaleiros navais, passando a lutar dia-a-dia pela reconstrução das próprias vidas. Homens que podiam ser pais de qualquer um de nós, viris, marcados pela idade, mas ao mesmo tempo frágeis, à deriva, em busca de qualquer ponto onde se apoiar - contando apenas uns com os outros e com as segundas ao sol.
Um filme, diria eu, sobre os efeitos, sobre o relevo do trabalho na vida das pessoas. Ou da ausência forçada dele.
É 5ª-Feira, no Cineclube FDUP, às 18h00, sala 1.01.
1 comentário:
Gostei muito muito deste filme!
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