Design do cartaz: Teresa Chow
O Cineclube FDUP retoma novamente a sua programação regular, com início a 12 de Março e término a 14 de Maio. Como habitualmente, as sessões, além de gratuitas, realizam-se, quinzenalmente, às terças-feiras, pelas 18h15, na sala 0.01 (piso do bar). Estão todos convidados!
Serão 3 meses com o melhor do cinema mundial, a começar com o neo-realismo - tardio e, por isso, mais sofistificado, como que prenunciador das derivas estéticas difusas por vir - de um dos nomes maiores do cinema italiano (e da arte italiana, em geral, do século XX): Pier Paolo Pasolini, em estreia absoluta no Cineclube FDUP, traz-nos a histórica Anna Magnani num dos seus mais belos papéis, em Mamma Roma (1962).
Dia 2 de de Abril é a oportunidade para ver uma das maiores obras da história do Cinema directamente da câmara de uma das suas maiores figuras, Jean Renoir, cineasta que, mesmo no turbilhão dos críticos dos Cahiers du Cinéma (Godard, Trauffaut, Rohmer, etc.) dos anos 60, manteve sempre o seu estatuto de Mestre e visionário. A Regra do Jogo (1939), filme-síntese-tratado da decadência da burguesia francesa (o relativismo, a amoralidade, a hipocrisia, etc.) e suas convulsões no período entre as duas grandes guerras que marcaram o século XX é a proposta do Cineclube FDUP para a iniciação à obra de Renoir.
Outra estreia absoluta é a de Chantal Akerman, cineasta que, inspirada na Nouvelle Vague francesa, construiu um percurso único marcado pelo experimentalismo e pela desmontagem das fronteiras entre a ficção (e da narrativa convencional que a ela costumamos associar) e o documentário, num universo pontuado pelas noções de linguagem, tempo e espaço (arquitectónico, também), mas também de solidão ou de intimidade. Je, tu, il, elle (1976) está aí para nos fazer mergulhar nesta idiossincrática filmografia.
The Goddess of 1967 (2000) é o filme que nos traz Clara Law, nome-charneira da chamada "Segunda Vaga" do cinema de Hong-Kong (anos 80), a mesma em que se integra, por exemplo, Wong Kar-wai, um realizador que o Cineclube já teve oportunidade de exibir. Cineasta focada no tema da diáspora chinesa e dos resultados que essa interculturalidade origina (o amor, a solidão, o choque), é mais uma ambiciosa aposta do Cineclube na divulgação do cinema asiático menos conhecido entre nós.
A fechar a sua programação regular, o Cineclube apresenta um cineasta absolutamente ímpar e nunca antes mostrado no panorama cineclubístico universitário do cidade do Porto: Satyajit Ray traz o cinema indiano de autor pela mão do primeiro tomo da sua famosa Triologia de Apu: O Lamento da Vereda (1956), filme icónico do indiano que funde a estética do realismo (tributário de De Sica e outros) com temas intemporais, como o papel da Arte, a mudança e a passagem do tempo, assim como o confronto entre os valores tradicionais e os modernos e a sua percepção pelo indivíduo.
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