The Seventh Seal
Tendo como pano de fundo uma pestilenta Idade Média, The Seventh Seal de Ingmar Bergman, obra-prima que celebra este ano o seu cinquentenário, é um filme negro, obscuro, centrado na temática da Morte, e da sua inevitabilidade.
“Quando o Cordeiro quebrou o sétimo selo, fez-se no céu silêncio cerca de meia hora.”, é nesta passagem do Apocalipse de João, no Novo Testamento, que o filme encontra o seu titulo. Apesar da divindade do título e tema, todo o filme está envolto numa grande dúvida teológica e num certo ateísmo, tão característico da revolucionária Europa de 50.
Durante todo o filme, Deus e o poder divino, representados pela inquisitória Igreja medieval e pela crença popular, são postos em causa, sendo o seu valor e importância fortemente questionados.
Caracterizado por um ambiente escuro, o filme transporta-nos numa arrepiante viagem à intolerante época medieval, onde Vida e Morte, Bem e o Mal, lutam pela alma do Homem.
Com uma realização espectacular e uma fotografia perfeita, repleta de contrastes arrebatadores, The Seventh Seal consegue recriar todo o ambiente horroroso da tumultuosa Idade Média.
A juntar à bem conseguida realização de Bergman, devemos acrescentar as memoráveis interpretações de Max von Sydow, Bengt Ekerot, e Gunnar Bjõrnstrand.
O primeiro, famoso pelas suas interpretações em The Exorcist, Dune e Minority Report, interpreta o valente cavaleiro Antonius Block, marcado pelas Cruzadas e agora, no regresso a casa, repleto de dúvidas e sede de Saber. Toda a história gira em torno de um macabro e decisivo jogo de xadrez entre este e a Morte. A Morte, interpretada pelo segundo, é vista como o traiçoeiro Nemesis de Block.
O último interpreta Jõns, o fiel escudeiro de Block, e eloquente portador da Razão.
Apesar do filme estar permanentemente envolto em melancolia, Ingmar Bergman presenteia o espectador com suaves tiradas de puro e simples humor, capaz de por momentos fazer esquecer a índole do filme, e o previsível final macabro.
Em toda a sua simplicidade, tão característica de Bergman, The Seventh Seal é uma obra-prima de grande valor artístico.
Texto critico de Guilherme Silva.
sexta-feira, abril 13, 2007
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3 comentários:
parabéns guilherme, gostei imenso do texto. o cineclube tem pernas para andar!é bom ter essa certeza*
Sem dúvida muito bom, equipara-se ao filme. Só tenho pena de não ter podido ficar toda a sessão, mas depois vou buscá-lo à dvdteca ;)
buaaaaaaaaaaaaaaaa, eu não fui :(
mas gostei da crítica, aquiles :)
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