quinta-feira, abril 17, 2008

É com muito prazer que o cineclube publica a primeira crítica enviada, no âmbito do desafio que lançámos através da 'mailing list' e cujos objectivos estão, também, apresentados no blog.

Parabéns pela crítica Inês!

Esperamos que todos participem. *

There Will Be Blood

There Will Be Blood não ganhou o Óscar, mas esta questão fica para depois. O que é certo é que nao podemos falar desta obra como um simples filme. É mais que isso, é a pura e perfeita conjugação de elementos fotográficos, musicais, actuações geniais que ultrapassam qualquer filme deste século. Difícil de consumir? Para muitos, sim. Compreensível? É subjectivo. São 159 minutos de arte, com actuações brilhantes e já bem conhecidas pelo publico em geral. Pois que é inegável que Daniel Day-Lewis se esmerou, e Paul Dano não lhe ficou nada atrás. Assistimos a uma historia de petróleo, ambição, luta, amor-ódio e degradação. A acção começa a ganhar asas quando D. Plainview (Daniel Day-Lewis) tem conhecimento de forma dúbia e misteriosa de que numa pequena cidade do Oeste um mar de petróleo está a emergir. Assim, segue o rumo juntamente com o seu filho, H.W. (Dillon Freasier - com, certamente, um futuro promissor), para usar a mestria de persistência e tentar a sua sorte na mirabolante Little Boston. É aqui que a intriga começa e tudo acontece. O resto fica para verem.

Jonny Greenwood consegue momentos brilhantes com a banda sonora que criou, principalmente por resistir ao comum e assumir uma postura irreverente. É assim que em muitos momentos, o som esperado era um, e acaba por sair outro, que resulta na perfeição. Mas outra coisa não seria de esperar de um guitarrista de uma banda tão controversa como os Radiohead! (E controversa não significa má, antes pelo contrario).

A complexidade desta obra de Paul Thomas Anderson é imensa, coisa a que ele já nos tinha habituado, por exemplo, com Magnólia, filme que nos faz reflectir sobre questões à partida banais. Será por essa complexidade e consequente falta de apreensão por parte de muitos que There Will Be Blood não foi o premiado? Ou será que, efectivamente, No country for old man (quase tao bom) fica a um nível acima? Para mim, não. Resta a vossa opinião. Entretanto, quando tiverem oportunidade, não deixem de ver There Will be Blood.

Rosebud, Criminologia


Caros amigos do cineclube,

O cineclube é de todos. Não é da direcção, mas sim de todas as pessoas que para ele contribuem de alguma forma, seja pela presença nas sessões, seja pela contribuição enquanto sócios, seja pela ajuda na preparação da sala, na publicidade, em todos os demais encargos que existem quando há um projecto deste género.
Uma das formas pelas quais todos podem contribuir, é vendo cinema. Pura e simplesmente, ver cinema e falar sobre ele. O nosso objectivo é fomentar o cinema, difundir a cultura, levar ao público obras que não seriam vistas de outra forma. Inspirar o pensamento crítico, criar novas perspectivas de apreciar filmes, de conhecer génios criativos e técnicos exímios. Queremos exigir de todos uma participação activa, e não uma mera atitude passiva.

Estão todos convidados, assim, a fazer críticas de filmes que vejam e que achem que se enquadra no espírito do cineclube (excluem-se assim as sagas American Pie, Scream, Porky's, etc.), sejam novidades ou clássicos, e a enviar-nos por email (cineclubefdup@gmail.com). De acordo com a qualidade e o volume das críticas (sim, centenas...), serão publicadas no blog. Caso haja ataques súbitos de timidez, lembrem-se que ninguém julga ninguém, que ninguém é perito ou crítico profissional de cinema, e que o objectivo é precisamente desenvolver a capacidade crítica de todos. Arrisquem!

quarta-feira, abril 09, 2008

Esta quinta-feira, às 18h30, o Cineclube alberga o Projecto Circuito
Arsenic and Old Lace, de Frank Capra, 1944
Apresentação da Professora Alexandra Serapicos.



segunda-feira, abril 07, 2008

Aniversário: FRANCIS FORD COPPOLA.
O nosso tasco, ou usando um nome mais fino, a nossa Film Society, aproveita o dia para felicitar o sujeito acima indicado, dado que celebra hoje (7 de Abril) 69 anos.
Não vamos, claro, relatar aqui a vida do realizador, visto que acreditamos piamente que todos os nossos assíduos leitores já a conhecem. Portanto, só temos isto a dizer:

The Conversation.

Apocalypse Now.

The Godfather, I, II e III.

Rumblefish.

Dracula.


quarta-feira, abril 02, 2008


A não perder no cinema: I'm not there.

O recente filme de Todd Haynes faz-nos um retrato da vida de Bob Dylan, usando o mesmo sistema/estrutura que anteriormente usou em Velvet Goldmine, de 1998, mas desta vez em "bom". Ou seja... É um filme que vale a pena ver, mesmo para quem não conhece muito bem a obra de Dylan (como eu) e precisa apenas de uma oportunidade.
Nos principais papéis, temos Cate Blanchett, Ben Wishaw, Christian Bale, Richard Gere, Marcus Carl Franklin, e o defunto Heath Ledger no seu último papel. Todos eles interpretam Dylan, numa parte da sua vida ou num momento da sua personalidade, como alter egos do cantor. Sem dúvida é surpreendente conhecer um pouco mais do que passa/passou na cabeça de um dos mais influentes artistas do século passado, a sua relação conflituosa com os media, a reacção destes e dos fãs às suas mudanças ou evoluções, a crítica social, a guerra do Vietname e todos os restantes acontecimentos que marcaram a época.
A fotografia do filme é bastante boa e a banda sonora é brilhante, vale a pena mesmo ter atenção e ouvir. São 2 cds deliciosos.
Quanto à realização, não gostei, de facto, do Velvet Goldmine, mas sou obrigado a reconhecer que o realizador conseguiu utilizar a mesma estrutura de filme, como já disse, mas aperfeiçoada a ponto de funcionar e termos um filme agradável e interessante de ver. A desconsiderarmos o objectivo do filme, Dylan, temos uma série de histórias que em ponto nenhum se cruzam, mas que encaixam se tivermos em conta a formação de uma personalidade problemática, poeta, pensativa e até louca.