tag:blogger.com,1999:blog-38805377.post3848333298540362512..comments2023-10-19T10:52:18.369+01:00Comments on Cineclube FDUP: António Tavares de Figueiredohttp://www.blogger.com/profile/04410754122997410050noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-38805377.post-88726250999931642582008-05-20T18:28:00.000+01:002008-05-20T18:28:00.000+01:00Já tive a possibilidade de ver os 2 gds vencedores...Já tive a possibilidade de ver os 2 gds vencedores dos òscares deste ano "there will be blood" e "no country..." e, muito sinceramente, em comparação com anos anteriores, a colheita de 2007 não foi brilhante.<BR/>"There will be blood" é um excelente exercicio de mestria cinematografica, com grande cuidado no "mise-en-céne", no texto, na banda sonora perturbadora e incontornável para dar um sentido a toda a trama. <BR/>No entanto sofre de um problema que tantos outros filmes anteriores já sofriam:é um filme feito nitidamente para destacar a actuação brilhante de Daniel Day- Lewis, que acaba por tornar tudo o resto um pouco irrelevante. <BR/>Quando vi pela 1ª vez o filme, a sensação q tive foi uma espécie de deslumbramento ao ver alguém transfigurar-se de forma tão radical e entregar-se a um personagem tão incondicionalmente.Cheguei a sentir a raiva, a desconfiança, o orgulho ferido.É realmente uma interpretação fabulosa...mas dificilmente um filme de 3h suportado por um só homem, por mais incrivel que seja, seria melhor filme do ano.<BR/>Quanto a "No country..." é o clã Cohen de regresso à ribalta, sempre com o seu estilo "playing in our sandbox", mas inteligentes ao escolherem um elenco de actores de fora do "star system" de Hollywood (pelo menos até este filme...), mantendo aliás a coerência a que nos habituaram, e procurando retratar uma América mais profunda e ingénua, que mantêm como pano de fundo omnipresente e quase opressor, uma especie de filtro que cria uma realidade paralela de quase western repentinamente perturbada pelo que de mais brutal e primário a especie humana tem em si:a ambição sem escrúpulos e a capacidade de matar o seu semelhante.<BR/>Javier Bardem, sem grande esforço, cria um temivel e negro hitman e a Tommy Lee Jones cabe o papel contido mas não menos relevante de solitário e experiente policía, que procura opôr-se ao caminho devastador deixado por Bardem e acaba por reconhecer a sua verdadeira impotência perante um mundo que já não é o seu há demasiado tempo.Acaba por representar o equilíbrio mais filosófico da película, com um monólogo perto do final a lembrar o coro de uma tragédia grega.<BR/>No seu todo acaba, apesar de tudo, por saber a pouco. Deixa uma espécie de vazio, porque não vai para além da acção que cada personagem desenvolve.<BR/>Apesar de ter gostado, é um filme tudo menos consensual, compreensivelmente, porque demasiado hermético. Talvez se os Cohen saíssem de vez em quando da sua carapaça a coisa saísse mais unânime...<BR/><BR/>Para o ano veremos o que se seguirá...<BR/><BR/>Cumps e parabéns pelo blogMe, Myself and Ihttps://www.blogger.com/profile/17904214780009332748noreply@blogger.com