sábado, outubro 31, 2009

sexta-feira, outubro 30, 2009

há filmes



que podiam durar indefinidamente. Ninguém se importava.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Donnie Darko (2001), Richard Kelly

Plot Keywords: Rabbit; Self Help Guru; Vision; Hypnosis; End Of The World.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Where The Wild Things Are

De Spike Jonze, a estrear em Portugal dia 26 de Novembro.
Trailer

sábado, outubro 24, 2009

Fantastic Mr. Fox


Supostamente filmada em spot-motion, a nova aventura de Wes Anderson é ansiosamente esperada.
Com um elenco de luxo, e usando técnicas raras em Hollywood, Fantastic Mr. Fox promete inovar o já inovador cinema de animação.

Ainda sem data de estreia em Portugal, eu cá o espero.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Sessão 2 - The Elephant Man


O Cineclube voltou a abrir as portas, e de novo a sessão foi um sucesso.
Apesar dos inúmeros problemas que à ultima hora surgiram, 40 espectadores puderam assistir ao filme de David Lynch, The Elephant Man, bem como à boa apresentação que o precedeu, por parte de João Raimundo, aluno da casa.

Um sucesso.

quarta-feira, outubro 21, 2009

terça-feira, outubro 20, 2009

22/10/09 - The Elephant Man, David Lynch


A segunda sessão do Cineclube FDUP, já esta semana, quinta-feira, ás 18h.

ENTRADA GRATUITA.

Aparece.

sexta-feira, outubro 16, 2009

momentos bonitos dentro de um momento ainda mais bonito chamado "Chungking Express"





Chungking Express (ou Chung Hing sam Iam, no original) é um filme de Kar Wai Wong (de quem nunca tinha visto nada até à data) de 1994. Não me alongo muito sobre o filme porque o propósito deste apontamento não é esse, mas tão-só o de fixar estes pedaços extraodinários de luz e cor, e a que se juntam, para quem viu o filme, a melancolia e a vivência errática de pessoas insatisfeitas (cada uma à sua maneira, ou não o somos todos?) numa Hong Kong mundana que podia ser Nova Yorque, Lisboa, Rio de Janeiro ou Moscovo.
Uma vez mais, os meus parabéns pela escolha ao Cineclube da FEP, que o passou na passada terça-feira.

nota primeira: Havia uma fotografia, em especial, que queria deixar aqui, mas não a encontro. É quando a hospedeira de bordo está deitada na cama de olhos fechados descansando depois do êxtase e o "segundo" polícia (o "polícia 663") descreve círculos com o avião por cima da sua cabeça. Até que a certa altura o avião aterra languidamente sobre o ombro da mulher e a câmara se foca, na lateral, sobre o seu rosto. Não há palavras neste mundo que descrevam esse momento...

nota segunda: A banda sonora é, também ela, extraordinária.

terça-feira, outubro 06, 2009

assim é o cineclube da FEP

A sala é acolhedora, as cadeiras são mais confortáveis que as nossas (é fácil, eu sei!), apreciam-se trailers dos filmes que passarão no futuro (boa ideia!) antes de ser ver o filme do dia e o escuro da sala é total.
O filme, esse, era o Dr. Strangelove (Kubrick, 1964), que muitas risadas me arrancou.

Saímos de lá a ouvir Vera Lunn a cantar "We'll meet again" com a certeza de que a senhora tinha razão... E é já na próxima terça!

Obrigado e votos de sucesso! :)

Mais um: sejam bem vindos!

Arranca hoje a programação do CineFeup, mais um Cineclube Universitário, desta feita com sessões à noite. Bela escolha, e boa sorte! Segue o texto colocado no site da AEFEUP:



"Cinema é Engenharia! Não é um slogan, é a realidade.

Ao longo dos tempos, milhares e milhares de engenheiros tornaram possível esta arte que hoje tanto admiramos... Mas cinema não é só engenharia, cinema é arte, cinema é cultura, e é nosso dever saber o resultado final das nossas criações.

Assim, apresentamos-te o CineFEUP, um projecto do Departamento Cultural da AEFEUP que te trará, quinzenalmente, uma obra do cinema que deixou a sua marca na história.

Porque é o inicio do ano lectivo e a tendência depressiva aumenta 500%, vamos começar por apresentar-te um ciclo de COMÉDIA composto por 3 das melhores pérolas desse oceano!

Portanto, dia 6 DE OUTUBRO, TERÇA-FEIRA, às 21HORAS, passa na sala B003 da FEUP e prepara-te pra desfrutar do filme que inspirou grande parte dos comediantes da actualidade:

MONTY PYTHON E O CÁLICE SAGRADO

A entrada é GRATUITA e aberta a todos os estudantes da Academia do Porto, por isso, traz a companhia dos teus amigos para disfrutar deste filme que, com toda a certeza adorarás conhecer, ou simplesmente rever"

sexta-feira, outubro 02, 2009

a música e a noite



"Terá este casal uma segunda oportunidade? Pois bem, isso será desvendado justamente pela noite, momento onde Antonioni tão bem ilustra o contraste que esta pode sugerir: de um lado a animação, a magia e a sexualidade; do outro lado a solidão, a melancolia e a falta de respostas para as nossas inquietações mais profundas".

Descrevi (ou tentei descrever) o que Antonioni filma neste pedaço sublime (e que é completado com a festa em casa de Valentina).

Bom cinema em Economia

Também se passa bom cinema na FEP, felizmente às Terças-feiras para ninguém ter de escolher ;)
Parabéns pela programação, e pelo cartaz, que está muito bonito.

quinta-feira, outubro 01, 2009

"La Notte" - crítica



CINECLUBE FDUP 1/10/2009

La Notte (1961), de Michelangelo Antonioni
Por: Francisco Noronha

G: Sei o que escrever, mas não como. Estou em crise.
V: És um homem fraco. Eu gosto de festas, (…).
G: Não gostas de mais nada?
V: Sim, de tudo.


Talvez não seja habitual (ou mesmo conveniente…) começar um apontamento cinematográfico referindo um excerto daquelas sinopses que acompanham a contra-capa de uma caixa de um filme. Pois bem, seja-me permitida a audácia:
“Uma análise fria de sentimentos mistos num mundo de tensão crescente entre pessoas ao mesmo tempo tristes e felizes e o modo como convivem entre si”.
A audácia não é gratuita ou despicienda, claro. A citação acima sintetiza, de facto, o que Antonioni transporta de humano para o cinema com La Notte: pessoas emocionalmente intermitentes e seu relacionamento. A expressão “ao mesmo tempo” é muito importante: em toda a fita, o olhar de Antonioni incide sobre essa convivência contemporânea problemática mas, simultaneamente, tão natural. Para o caso, tão insuportavelmente natural.
Marcello Mastroiani (um ano depois de La Dolce Vita, diga-se por curiosidade) e Jeanne Moreau interpretam um casal cinzento em crise, (sobre) vivendo numa Milão também ela cinzenta. Uma Milão arquitectonicamente modelada por fachadas gigantescas que acentuam a pequenez e fragilidade das personagens – dos vários planos em que esta ideia nos é transmitida, há um, especialmente preciso, em que Lidia (Jeanne Moreau) é filmada num plano picado junto a um enorme frontão cuja alvura como que a ofusca. A isto se junta um tratamento de imagem cuja coloração (preto e branco) é particularmente arguta no que de deprimente e abafado imprime às personagens e aos espaços físicos em que elas se movem.
Voltando ao casal: é em torno dele que gira a história de La Notte. Afinal de contas, uma história bem simples: um dia (ou um pouco mais do que isso…) na vida de um casal em fim de linha. Será (só) isto? Bem, para já, será. Acompanhamos então Giovanni, escritor afamado, e Lidia, sua esposa e mulher de espírito, mais do que perturbado, perturbante. Ao longo do dia acompanharemos as suas deambulações, intercaladas com uma incursão solitária de Lídia pelas ruas de Milão. É especialmente nesta incursão, e nas diferentes situações que esta “fotografa”, que nos deixamos levar pela angústia de Lidia – seja com a criança que chora, o relógio estilhaçado, a cena de violência ou, mais libertador, o lançamento dos foguetes. Em todas elas, contudo, um traço é dominante: o rápido desapego de Lídia a tudo o que assiste ou conhece, motivado por um desespero interior de base.
Terá este casal uma segunda oportunidade? Pois bem, isso será desvendado justamente pela noite, momento onde Antonioni tão bem ilustra o contraste que esta pode sugerir: de um lado a animação, a magia e a sexualidade; do outro lado a solidão, a melancolia e a falta de respostas para as nossas inquietações mais profundas. E é então, à noite, no fausto de uma festa da burguesia italiana, que Giovanni e Lidia, cada um com o seu flirt de ocasião (bem mais interessante o de Giovanni), irão colocar à prova a sua relação (e a relação com a sua própria consciência). Não arriscarei muito se disser que não é a despropósito que a Mulher sai daqui um pouco santificada…
A noite dá lugar ao dia. E nessa transição há um momento fundamental para este casal e para o filme no conjunto: a madrugada. Momento híbrido mas redentor; obscuro mas apaziguador. Parece ser esta mesma madrugada – também pela longa paisagem verde – que Antonioni vai repescar cinco anos mais tarde em Blow-Up.
Urso de Ouro em Berlim (1961) e muito jazz (cortesia de Giorgio Gaslini) são outros factores que abrilhantam este La Notte, considerado por muitos como elemento central de uma trilogia completada por L’avventura (1960) e L’eclisse (1962) ou também como leitmotiv inspirador do monumental Eyes Wide Shut (Kubrick, 1999).